Para o cristão, “a cruz não é só madeira e prego, mas é um sinal de glória, salvação e amor” sem limites, afirmou Dom Maurício na Santa Missa dedicada a exaltação da Santa Cruz na catedral.
Concelebraram a eucaristia, Dom Mário, arcebispo de Cuiabá; Dom João Bergamasco e Dom Derick, titular e emérito, ambos de Primavera do Leste.
Foi o próprio Jesus ressuscitado quem ensinou (em Lucas 24,26, no encontro com os discípulos de Emaús) que a cruz não é um acidente de caminhada ou algo que procuramos, mas “é consequência das nossas opções” e uma exigência para se ter acesso a glória. Esta foi uma das afirmações do bispo Dom Maurício da Silva Jardim, na homilia da Missa da Exaltação da Santa Cruz, do último domingo, 14/09, na Catedral da Diocese de Rondonópolis-Guiratinga, que leva o título de Santa Cruz.
“Não representa uma derrota a esquecer, mas a elevação do filho de Deus, onde Jesus mostra que amar verdadeiramente também implica aceitar a dor pelo bem do outro’’, catequizou, acrescentando: “A exaltação da Santa Cruz nos convida a não fugir das nossas cruzes diárias, mas vivê-las como oportunidade de amor e oferta”.
LUZ DA REDENÇÃO – Dom Maurício enfatizou ainda que é preciso olhar para a “luz da redenção que brota da cruz” e assumir o convite para ser missionário do amor e da entrega: “No coração da fé cristã, a cruz não é só madeira e prego, mas é um sinal de glória, de salvação e amor levado até o fim”, resumiu.
Na Exaltação, disse, não se celebra a dor, mas o amor que assumiu o mal do mundo, e venceu não pela força ou poder, mas pela misericórdia. “Parece uma contradição, mas a cruz não é sinal de morte, mas sim de vida”.

LEVANTAR A CABEÇA – O bispo usou a leitura do Livro dos Números, sobre a serpente de bronze erguida no deserto – que salvava os picados pelas serpentes – como a pré-figuração de Jesus erguido na Cruz do Calvário para a salvação dos crentes. “Não é magia nem superstição. A serpente era cura para os que olhavam com fé, crendo na misericórdia de Deus (intermediada por Moisés). Hoje somos convidados a levantar a cabeça e olhar para a cruz de Cristo, a salvação que ele nos ofereceu e continua nos oferecendo”, ensinou o bispo.
A ÚLTIMA PALAVRA – Dom Maurício também ensinou que nas lutas diárias “não devemos fingir que tudo está bem e nem olhar para baixo, para nossas feridas. Mas elevar nosso olhar como o coração confiante. Mesmo lá onde há dor, o sofrimento não tem a última palavra”.
Dom Maurício explicou ainda que a Exaltação não se refere ao poder e a sucessos humanos, mas a “Amor de Cristo na Cruz; um amor que se humilha e se entrega e que não se poupa; que se deixa crucificar por amor ao próximo”, assumindo os pecados da humanidade. É um ato, segundo ele, que mostra ao mesmo tempo, com clareza, o tamanho do nosso pecado e a imensidão do amor de Deus pelos pecadores. “É a expressão máxima do amor. Jesus esvazia-se a si mesmo, sobe na cruz, se entrega para redimir nossas culpas e ressuscita”.
Também nesta ocasião, frisou Dom Maurício, “somos convidados a olhar para o mundo e a humanidade com o olhar de Deus, como misericórdia, com ternura, esperança”.

Pascom Diocesana
Fotos Vinícius