Estimados irmãos e irmãs,
O lema do mês missionário, “Ide e convidai a todos para o banquete”(Mt 9,22), escolhido pelo Papa Francisco para o dia mundial das missões está baseado na parábola que Jesus conta para explicar o Reino de Deus. O Reino de Deus é como uma festa de casamento que o pai prepara para o seu filho.
A mensagem do Papa está dividida em três partes. Primeiro, são dois verbos: ide e convidai. O ide de Jesus é o envio missionário, um verbo no imperativo. Jesus nos mandou sair de nós mesmos, de nossa zona de conforto.
O Ide de Jesus é dois a dois, nunca sozinhos, para dizer a todos que a Missão é tarefa eclesial. A missão não se delega a um grupo, pastoral ou movimento. A Missão não é somente tarefa para os padres, as religiosas, os especialistas. A missão é de todos os batizados. Todos, todos que são batizados somos missionários. Somos Igreja em estado permanente de missão.
A missão não reduz em atividades, a missão não é somente quando participamos da missa ou de uma pastoral da Igreja. Não é somente algumas horas da semana ou do nosso dia. A Missão faz parte da nossa vida. A vida é missão. A missão é 24 horas. A missão é da natureza da Igreja. O ide de Jesus é uma saída constante, incansável. Ir às periferias, ir ao encontro dos povos, das culturas, das nações. Missão é sempre estar a caminho. Se estamos aqui, hoje, é porque estamos caminhando, saímos de algum lugar para estarmos aqui. Missão é caminho.
A segunda parte da mensagem do Papa se refere ao convite. Convidar a quem? A todos, todos. Os primeiros convidados não foram para a festa de casamento, não quiseram ir, estavam preocupados com os seus negócios, com sua fazenda, com seus bens materiais. Não foram. E o rei pede: saiam, vão para as ruas e praças, convidem os bons e os maus. Por isso que ninguém está excluído da festa do Reino de Deus. Convidem a todos, aos pobres, aleijados, cegos, os últimos. Todos são convidados para vir para dentro, parta participar da festa, do banquete. Este convite dirigido a todos é feito sem forçar ninguém, sem proselitismo, sem coação. O missionário é enviado para se fazer próximo das pessoas, para tocar as pessoas, chegar lá onde a pessoa está, onde ela vive, ir com compaixão, ir com ternura, encontrar as pessoas.
A terceira parte da mensagem do Papa é o para que? Para o banquete, para a festa, a festa do banquete do Reino. O reino é uma festa do banquete da Aliança de Deus com toda a humanidade. Diz o Evangelho de hoje: “Deixai vir a mim as crianças. Não as proibais, porque o Reino de Deus é dos que são como elas”. Em verdade vos digo: “Quem não receber o Reino de Deus como uma criança, não entrará nele”.
A salvação é destinada a todas as pessoas. Ninguém vai ficar de fora. No mundo, de cada 10 pessoas, somente 03 são cristãs. Então, a missão precisa se abrir, ir além-fronteiras. Para anunciar a todos a boa notícia do Evangelho. Mas, nós sabemos que o mundo propõe outros banquetes: o banquete do consumismo, do conforto, o banquete egoísta, do acúmulo individual, como nos fala o Papa na mensagem para o dia mundial das Missões.
Para concluir, recordo que a missão se realiza de forma sinodal, em comunhão. Todos caminhando juntos, nunca separados. Em comunhão e participação. A missão é conjunta. É uma ação comum. A intenção que o Papa propõe para o mês de outubro que hoje estamos abrindo em nossa diocese é: Por uma missão comum, ou seja, todos nós somos corresponsáveis em colaborar com a única missão de Deus. Todos batizados, cristãos leigos e leigas, consagrados e consagradas, ministros ordenados, todos nós corresponsáveis nesta única missão de Deus!
Neste mês missionário, cada um de nós é convidado a rezar a novena missionária, participar também da coleta missionária, nos dias 19 e 20 de outubro, penúltimo final de semana. Concluo pedindo a intercessão dos padroeiros da Missão: Santa Terezinha, Carmelita de clausura, nos inspire a ter um coração grande, largo, humilde, orante pela missão universal. São Francisco Xavier, que saiu da sua pátria para ir ao encontro dos povos na Ásia, nos indique esse caminho da abertura à universalidade da Missão. Assim seja.
Dom Maurício da Silva Jardim
Bispo da Diocese de Rondonópolis-Guiratinga/MT